Baseado no livro: “Por que os homens mentem e as mulheres choram?”. Dos autores Allan e Barbara Pease.
A história retrata que o papel do homem era sair para caçar e o da mulher era aguardar cuidando dos filhos e da caverna, ou abrigo. Isso nos leva a pensar que a habilidade da fala e da comunicação nos homens era tida como secundária e por isso não foi estimulada e como consequência, não foi uma característica muito bem desenvolvida.
Existe também uma diferença anatômica: quando a mulher fala, ativa duas áreas no cérebro dela, uma em cada hemisfério. Mas o homem só tem uma área de fala. Estima-se que a mulher possa chegar até 8 mil palavras por dia. Já os homens dizem de 2 a 4 mil palavras por dia.
Ou seja, a metade do que as mulheres dizem. Os homens só falam quando tem algo a dizer. O cérebro do homem está configurado para solucionar problemas, ou seja, ele fala quando precisa comunicar fatos, dados ou soluções.
Já a mulher não precisa de um motivo ou propósito específico para falar. Quando a mulher fala dos seus problemas, por exemplo, ela não está buscando soluções e sim acolhimento: ela quer ser ouvida e compreendida. É aí que surgem os problemas: quando a mulher fala sobre os problemas com o parceiro, ela quer que ele o escute, mas o cérebro do homem entende que ela quer soluções.
Resultado: ele interrompe a fala dela com possíveis soluções e ela entende que ele sempre quer ter razão e que ela está sempre errada.
O homem acha que a mulher dá muitas voltas pra dizer o que realmente quer dizer e onde realmente quer chegar.
Já a mulher acha que se ela for muito direta, pode soar agressiva, por isso costuma utilizar linguagem indireta, como faz com as amigas.
Mulheres, usem instruções diretas e claras, pois elas deixam pouco espaço para problemas de comunicação com seus parceiros.
Homens, mesmo que tenham dificuldade em acompanhar a linha de raciocínio da sua parceira, ouça-a verdadeiramente, tentando entendê-la e oferecendo o acolhimento que ela deseja.
Demonstre interesse, mas sem oferecer soluções a menos que essas sejam solicitadas.
Em uma relação amorosa, a mentira sempre é mal vista, pois entendemos que ali deve haver confiança entre o casal – e a mentira dificultaria bastante o estabelecimento dessa confiança.
O que então fazer quando um dos 2 mente para o outro de maneira frequente? Você sabe por que seu parceiro mente assim?
É preciso entender a “função” da mentira: sair de situações ou assuntos que não queremos lidar, fugir de algo desconfortável, como uma bronca muito severa ou uma discussão, ou também quando queremos ter algo que gostamos e que consideramos importante.
É importante avaliar as circunstâncias em que você percebe que o(a) parceiro(a) mente para você e tente entender o que está acontecendo. Por exemplo: pode estar acontecendo que alguma situação leve seu parceiro a mentir e um dos motivos pode ser evitar uma briga com você.
E no caso de mentiras mais sérias? Da mesma forma, entenda o porquê da mentira. Se ele estava evitando algo, fugindo de algo que era desconfortável ou vergonhoso. Qual o impacto que isso tem ou terá na vida de vocês? É possível conversar e resolver a situação de maneira pacífica e amorosa?
As pessoas querem provar que estão certa paras defenderem as suas verdades, aquilo que está dentro delas, como essência, tudo que elas construíram em suas trajetórias de vida.
Ter razão não significa se sentir superior. As pessoas buscam por isso porque querem ser atendidas em suas necessidades e uma delas é se sentir compreendido pelo outro. Somente quando isso acontece é que elas conseguem se acalmar e diminuem um pouco essa luta incessante em prol de estarem certas a qualquer custo.
Para convencermos o outro disso utilizamos das ferramentas da comunicação. O problema é que podemos usar a comunicação de maneira distorcida, quando queremos a qualquer custo persuadir o outro através da argumentação. Ao invés de ser uma troca e uma oportunidade de conhecer o outro e criar conexão emocional entre esse casal.
Buscamos defender o nosso ponto de vista, trazendo fatos e evidências para comprovar nosso objetivo e no final das contas isso pode provocar grandes prejuízos nas relações amorosas. Ao invés do casal se aproximar, eles se afastam emocionalmente e a expectativa inicial que sempre é muito individual e subjetiva, acaba não acontecendo.
Como efeito colateral, o(a) parceiro(a) acaba se afastando porque sente-se inferiorizado ou menos capaz de se defender.
Esse texto ensina as pessoas a adequarem seus comportamentos, de forma a usar a inteligência emocional para melhor conduzirem suas relações amorosas, sempre que algumas situações do dia a dia ou até mais sérias acontecerem.
Usar a comunicação ao seu favor favorece ter a razão da forma mais funcional possível, que é sendo atendido em suas necessidades emocionais
Necessidade de ser compreendido e ter apoio. Sensação de ser aceito e amado. Importância de se sentir ouvido: a falta pode causar muita angústia, irritação e até pânico.
Quando falamos várias vezes ao nosso parceiro sobre o mesmo assunto e ele não nos compreende, o(a) parceiro(a) entende que além de sermos estressados(as) e chatos(as), e o problema estar com a gente, ele se sente como se não fosse bom em nada, e que nunca consegue atender as nossas expectativas porque só leva “porrada”.
Na maioria das vezes a consequência mais real do cenário de não se sentir ouvido(a) é uma desconexão emocional profunda desse casal. Você se sente pouco amada por não ser ouvida.
Por outro lado, ele fica com medo de você e de tentar conversar com você porque se sente atacado, afinal de contas você sempre tem muitos argumentos concretos e coerentes e ele não. Se acolha, agora e em todas as horas em que estiver cansada.
Se o amor e o vínculo deste casal estiverem fortalecidos para suportar os conflitos do dia a dia, ambos serão mais resilientes e vão conseguir superar esses desafios juntos. Mudar a abordagem, a forma como você vinha tratando as situações, é uma forma de fortalecer a conexão emocional entre o casal.
Vamos pensar que agora como a abordagem é diferente e o modo de ação também é diferente, certamente resultados diferentes vão acontecer. Este casal vai aproximar mais, ao ponto de que terminar a relação ou se render aos problemas, não vai ser uma opção.
Pense: Se a gente desistir por cansaço, como vamos ganhar musculatura para enfrentar situações desse tipo na vida? Será que esse é o melhor caminho para nos tornarmos resilientes? Ou nos tornaremos magoados(as) e cheios(as) de ressentimentos?
Podemos sim modificar esse cenário. Eu vejo essas mudanças no consultório e embora não sejam mudanças fáceis, sei que são possíveis.
Primeiro: é importante se certificar que a comunicação entre o casal está funcionando. Lembre-se de que para ser atendido, você precisa que o outro te compreenda, mas você também precisa compreender ele. Por isso, se esforce para sair do seu mecanismo automático e aprenda formas mais eficientes de prestar atenção no que funciona mais e no que não funciona.
Segundo: você quer ser atendido, mas até que ponto você atende o outro? Infelizmente, nossa tendência é olhar apenas para o nosso lado da situação, assim acaba parecendo que nossa demanda é sempre maior e mais importante. Mas aí você pode se perguntar: mas por que eu vou fazer pelo outro se ele não faz nada por mim?
Esse questionamento normalmente não acaba bem: mas quem sabe se você tentar tomar a iniciativa em atender o outro, o outro não sinta o mesmo desejo em te atender também?
Primeiro: dê algo ao outro que tem valor para ele e depois é muito provável que você seja atendida e recompensada.
Segundo: tome cuidado para que a relação de vocês não funcione na lógica do medo, seja medo de brigar, medo de discutir ou medo de alguém punir o outro (ignorando ou fingindo que não moram na mesma casa, por exemplo).
Tudo aquilo que não é cultivado morre! Isso vale pra plantas e com certeza para sentimentos também. Se aquela pessoa agradável, divertida, interessante por quem o outro se apaixonou deixa de existir com o passar do tempo, pode acontecer que o sentimento que uniu aquele casal, deixe de existir também.
Da mesma forma, se ambos não são atendidos na relação, seja física, emocional ou no cotidiano, o casal pode se afastar e chegar a um ponto em que o retorno pode ser muito difícil de resgatar.
Quando sentimos raiva?
Quando alguém viola um sentimento, expectativa, necessidades, regras, valores e principalmente quando acreditamos que a pessoa fez isso de forma intencional. Se isso está acontecendo na relação, é importante que o(a) parceiro(a) tome consciência do que está fazendo, caso contrário ele estará achando que a pessoa está se fazendo de difícil.
Esse movimento envolve tanto relatar o que vem se passando com você nos últimos dias como também revelar seus sentimentos. Não é nada simples e muito menos óbvio que o outro consiga adivinhar o que se passa na nossa cabeça em cada situação específica.
Tome cuidado com seu nível de exigência e pense bem: Será que você já não fez o mesmo com outras pessoas ou até mesmo com ele, desconsiderando o que era importante para aquela pessoa?
O importante é saber expressar sua raiva e frustração de modo que o outro entenda e que você se sinta compreendido(a), sem, no entanto, machucá-lo(a) ou ofendê-lo(a). Se precisar se dê um tempo para refletir, só não deixe aquilo de lado, porque é muito fácil sermos engolidos pelo dia a dia.
Se pergunte, o que o outro fez que te violou? Sem saber exatamente o que te afeta e como você se sente, fica muito difícil explicar isso ao outro. Uma vez identificado, valide esse sentimento.
Quando existe acolhimento na relação, a intensidade da raiva diminui e aí conseguimos pensar melhor em como lidar com essa raiva. Quando compreendemos o que o outro está pensando e sentindo de verdade, na maioria das vezes o problema já se resolve ou pelo menos melhora significativamente.
Você pode sentir raiva sim diante de algum comportamento do parceiro(a) e isso é natural.
Ele(a) também já deve ter se sentido assim em algum momento em relação a você! Isso não significa que vocês não se gostem e que não podem ficar juntos.